Com Bola e Tudo
por Guilherme Barbosa, em 2017-10-14 00:00:00
Depois da decepção dos 7 a 1 sofridos diante da Alemanha na Copa do Mundo 2014 e do terror de voltar a ter Dunga como treinador, a Seleção Brasileira finalmente recuperou a sua auto estima com os excelentes resultados obtidos com Tite no seu comando técnico.
Nas primeiras seis rodadas das Eliminatórias, com Dunga como
treinador, tudo que a Seleção Brasileira conseguiu foi nove pontos, de 18
disputados: duas vitórias (Venezuela e Peru), três empates (Argentina, Uruguai
e Paraguai) e uma derrota (Chile). Após esses resultados, Dunga foi demitido e
Tite finalmente chegou, mudando completamente a situação.
Em 12 partidas disputadas pela Seleção com Tite no comando
foram 32 pontos conquistados, de 36 disputados: 10 vitórias (Equador (2x),
Colômbia, Bolívia, Venezuela, Argentina, Peru, Uruguai, Paraguai e Chile), dois
empates (Colômbia e Bolívia) e NENHUMA derrota.
Só pra gente destacar ainda mais a importância da
participação de Tite nesse processo (alguém discorda disso?): As Eliminatórias
Sulamericanas da Copa 2018 terminaram com a Seleção Brasileira em primeiro
lugar, com 41 pontos, seguido pelo Uruguai, segundo colocado, com 10 pontos a
menos. Mesmo se Dunga tivesse deixado a Seleção com um aproveitamento de 0%, ou
seja, com seis derrotas em seis jogos, teríamos terminado as Eliminatórias em
primeiro lugar, com os 32 pontos conquistados na era Adenor Bachi (Tite).
Se a gente for analisar fundamentos, a seleção de Tite dá
mais uma surra na de Dunga. Com Dunga, a média de gols era de 1,8 gol por jogo
(11 tentos em seis partidas), a quarta melhor das Eliminatórias àquela altura,
perdendo para Uruguai, Equador e Chile. Com Tite, essa média saltou para 2,5
gols por jogo (30 gols em 12 jogos) e o Brasil tem a melhor média de gols das
Eliminatórias. Na defesa, o time de Dunga sofreu, em média 1,3 gol por jogo
(oito gols em seis jogos), ficando atrás de Uruguai, Argentina, Paraguai e
Equador. Com Tite, essa média despencou para 0,25 gol por jogo, ou seja, um gol
a cada quatro jogos(!). Com Tite no comando, o Brasil só tomou gols nos jogos
contra a Colômbia (um na fase de ida - Brasil 2 x 1 Colômbia; e outro na fase
de volta - Colômbia 1 x 1 Brasil) e Uruguai.
Resultado: estamos na Copa, contrariando o medo que muitos de
nós sentimos quando Dunga ainda ocupava o lugar de treinador. E mais: o Brasil
chega à Copa como favorito ao título. Não aponto esse favoritismo baseado em
opiniões vazias e achismos. As casas de apostas, com base nos ODD’s (cotações dadas a determinado jogo,
que de forma simples designam as probabilidades de um determinado evento -
empate, vitória ou derrota - ocorrer. Entenda melhor o que são ODD’s clicando aqui), apontam que Alemanha (oh, mô pai),
França e Brasil são as seleções favoritas na briga pela Copa do Mundo 2018.
Observe as cotações de duas casas de apostas:
Tite agora se vê diante do seu grande desafio como treinador da Seleção Brasileira: fazer a torcida soltar o grito de “Hexa!”, engasgado desde 2014. Claro que não será nada fácil. Pouca coisa mudou de verdade depois dos 7 a 1, quando muita gente abriu os olhos para os problemas do futebol brasileiro e, por isso, voltaremos a enfrentar seleções que evoluíram muito mais do que a nossa. O favoritismo está na frieza dos números. Conquistar a Copa vai muito além disso.
De qualquer forma, no entanto, Tite mostrou que dá pra
confiar e resta a ele agora trabalhar para não nos decepcionar.